Rio: regularização fundiária do Morro do Pereirão começa esta semana 21l56
(Nacional - Agência Brasil)
Rio de Janeiro – Com mais de 30 anos de espera, os moradores da Vila Pereira da Silva, também conhecida como Morro do Pereirão, em Laranjeiras, começam a ser cadastrados esta semana para receber o título de posse de suas casas.
O Instituto de Terras e Cartografia do Estado do Rio de Janeiro (Iterj) promoveu uma assembleia na semana ada para esclarecer a população e hoje (29) voltou ao local para continuar o trabalho de mobilização dos moradores.
De acordo com a gerente de Cadastro e Pesquisa Social do Iterj, Nádia Oliveira da Costa, o levantamento topográfico da área foi concluído e o cadastro da situação socioeconômica da comunidade começa a ser feito na quinta-feira (2).
"A gente está informando os moradores quais vão ser os serviços oferecidos e quais são as cópias dos documentos que eles precisam ter em mãos no dia do cadastramento. Vão bater de porta em porta, são feitas as perguntas, como uma entrevista, e o morador assina esse cadastro, dizendo que as informações são verídicas, para fazer a regularização fundiária".
Segundo a gerente, a entrevista também servirá de base para identificar os serviços públicos necessários no local. "Para terminar esse diagnóstico, a gente precisa saber os dados certinhos, número de famílias, quantas crianças estão estudando, quantos idosos têm. É um cadastro com uma pesquisa social. A gente faz um levantamento de dados que vai subsidiar a regularização fundiária e os diagnósticos socioeconômicos e físicoambiental".
Foram identificados 600 lotes na região, mas como a comunidade é muito verticalizada, com sobrados de até quatro pavimentos, a estimativa é um número maior de famílias. O cadastramento deve terminar em junho.
A presidenta da Associação de Moradores e Amigos da Vila Pereira da Silva, Kelly Martins de Oliveira, diz que a entidade tem 2.500 famílias cadastradas, algumas vivem no local há mais de 60 anos. De acordo com ela, a regularização é um desejo dos moradores desde a fundação da associação, em 1980, mas só em 2010 o processo foi reaberto no Iterj.
"A primeira importância nossa é a gente ser reconhecido pela sociedade, porque quando fala de comunidade, nós somos tidos como invasores de terra, como pessoas paupérrimas. E a segunda intenção é que a gente, às vezes, quer fazer uma reforma na casa, via financiamento da Caixa Econômica ou outro banco, e não pode porque não tem uma escritura definitiva da casa, nada que comprove que a gente é dono da casa onde mora".